## Vasco da Gama reformula categorias de base, priorizando infraestrutura, desenvolvimento e legalidade
O Vasco da Gama, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, está em um ambicioso processo de modernização das suas categorias de base, com foco estratégico em infraestrutura, formação esportiva e adequação aos requisitos legais. O movimento busca não apenas revelar novos talentos para o futebol profissional, mas também transformar o ambiente de formação de jovens atletas em um espaço seguro, qualificado e conectado com as melhores práticas internacionais[1][12].
Nos últimos anos, o clube investiu em reformas profundas nos alojamentos, garantindo mais conforto, higiene e segurança para os adolescentes que integram as categorias de base. Atualmente, esses espaços contam com monitores que acompanham os jovens 24 horas por dia, além de áreas de lazer e convivência renovadas. O transporte dos atletas também foi modernizado, com a aquisição de novos ônibus, enquanto o refeitório do centro de treinamento passou a oferecer alimentação balanceada e supervisionada por especialistas em nutrição esportiva, composta por cinco refeições diárias[1].
A reestruturação, no entanto, não se limita à parte física. O Vasco vem adequando suas práticas às exigências de órgãos reguladores, como a CBF e o Ministério Público do Trabalho, em resposta a uma condenação histórica do Tribunal Superior do Trabalho (TST) por irregularidades na condução das categorias de base. Em setembro de 2025, o clube teve confirmada a obrigação de pagar R$ 300 mil por dano moral coletivo, decorrente de uma ação civil pública movida em 2012, que apontou falhas graves na contratação e na rotina de jovens atletas, incluindo o uso de alojamentos precários, restrição à convivência familiar e falta de formalização de contratos de aprendizagem para adolescentes de 14 a 16 anos[2][6][14].
O TST destacou que, embora o esporte esteja normalmente associado ao lazer, a exploração irregular do trabalho de crianças e adolescentes em ambiente profissional configura violação de direitos fundamentais, reforçando a importância de medidas punitivas e pedagógicas para coibir práticas abusivas no futebol brasileiro[6][14]. Em sua defesa, o Vasco argumentou que menores de 14 anos não moravam nos alojamentos nem participavam de competições oficiais, mas apenas recebiam treinamento em formato de escolinha e tinham acesso a atividades escolares no clube, independentemente de residirem ou não nas instalações[2].
Paralelamente ao processo judicial, o Vasco acelerou o processo de modernização do Centro de Treinamento Moacyr Barbosa, com obras em andamento para transformar o local em um complexo de excelência, equipado com vestiários permanentes, novo refeitório, auditório para atividades técnicas e setores específicos para recuperação física dos atletas. A diretoria planeja um investimento de R$ 25 a R$ 30 milhões, com objetivo de integrar as categorias de base e o elenco profissional no mesmo espaço, promovendo maior sinergia entre as equipes e aprimorando o processo de formação de novos talentos[5][9][13].
Segundo o presidente do clube, Pedrinho, a estrutura física de qualidade é decisiva para atrair e reter jogadores de alto nível. ‘Alguns atletas optam por clubes que pagam menos, mas oferecem estrutura melhor. Por isso, investir na base é prioridade para o futuro do Vasco’, reforçou[13]. O plano de modernização ainda inclui a expansão do número de campos de treinamento e a criação de espaços dedicados à recuperação física, como piscinas e banheiras de gelo[9].
A reformulação da base do Vasco da Gama é, portanto, um divisor de águas: alinha a tradição do clube às exigências do futebol moderno, privilegia o desenvolvimento humano e esportivo dos jovens atletas, e reforça o compromisso com a legalidade e a ética no esporte.
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