Tu tens o nome do heroico…italiano? A revolucionária história do estádio do Vasco

No coração histórico do Rio de Janeiro, ergue-se desde 1927 o Estádio Vasco da Gama, popularmente conhecido como São Januário, um verdadeiro símbolo de resistência, pioneirismo e orgulho da torcida vascaína. A história desse estádio transcende as quatro linhas do campo e reflete a luta do clube contra a elitização do futebol na década de 1920, quando o Vasco da Gama decidiu construir sua própria casa diante da resistência da elite carioca que tentava mantê-lo fora das competições oficiais.

Tudo começou em 28 de março de 1925, quando o Vasco da Gama adquiriu um terreno de 55.445 metros quadrados em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro. O valor pago, 609 contos e 895 mil réis, foi fruto de uma forte campanha de arrecadação popular liderada por sócios e torcedores, que se recusavam a aceitar a exclusão do clube por parte da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), uma liga dominada por clubes aristocráticos[1][2][4][6]. Esse terreno foi escolhido por sua semelhança com o local de fundação do clube, reforçando a conexão entre São Januário e a identidade vascaína[6].

A pedra fundamental foi lançada em 6 de junho de 1926, com a presença do então prefeito do Distrito Federal, Alaor Prata, e de dirigentes e torcedores do Vasco, marcando o início de uma obra monumental. Por falta de autorização presidencial para importar cimento belga, os responsáveis pela construção tiveram que inovar e utilizar uma mistura caseira de cimento, areia e pedra britada, contabilizando cerca de 6.000 barris de cimento e 252 toneladas de ferro empregados na obra[1][2][4]. O projeto do estádio ficou a cargo do arquiteto português Ricardo Severo e a construção coube à firma Cristiani & Severo.

Inaugurado oficialmente em 21 de abril de 1927 com um clássico contra o Fluminense, que o Vasco venceu por 3 a 1, São Januário entrou para a história como o maior estádio sul-americano da época e foi por anos o maior estádio particular do Brasil. Inicialmente, sua capacidade era para aproximadamente 20 a 30 mil pessoas, uma marca extraordinária para o período[2][5][6]. O custo total da obra ultrapassou 2.000 contos de réis, novamente majoritariamente custeados pela comunidade vascaína[4][6].

Mais que um palco esportivo, São Januário tornou-se um ícone de inclusão social dentro do futebol, ao desafiar a estrutura aristocrática que excluía trabalhadores e pessoas menos privilegiadas do esporte até então. O estádio simboliza o orgulho de um clube que não se curvou e decidiu escrever sua própria história, financiado com o suor e o amor de sua torcida e associados.

Até hoje, o Estádio Vasco da Gama é reverenciado não apenas como templo do futebol carioca, mas também como testemunho vivo da força da coletividade, da garra do Vasco da Gama e de um período em que o esporte brasileiro deu passos importantes rumo à democratização.

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