A Justiça do Rio de Janeiro autorizou o Vasco da Gama a contratar um empréstimo emergencial de **R$ 80 milhões** junto à financeira Crefisa, numa operação considerada fundamental para dar fôlego financeiro ao clube em meio ao seu atual processo de recuperação judicial. A decisão, proferida pela juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca, da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foi publicada na quinta-feira, 16 de outubro de 2025, e permite que o clube ofereça 10% das ações de classe A da Vasco SAF como garantia do financiamento, mantendo o controle da SAF mesmo durante a vigência do empréstimo[1][2][3].
A operação financeira será realizada na modalidade DIP Financing (Debtor-in-Possession), um tipo de crédito criado para empresas em reestruturação judicial nos termos da Lei de Recuperação Judicial (Lei 11.101/2005). O dinheiro obtido por meio desse financiamento será direcionado exclusivamente para despesas operacionais imediatas, incluindo o pagamento da folha salarial dos atletas e funcionários, custos relacionados ao futebol, tributos, fornecedores estratégicos, e demais despesas administrativas do clube[2][7].
O Vasco da Gama enfrenta um déficit estrutural significativo em suas contas, estimado em cerca de R$ 170 milhões até o fim de 2025. Nesse cenário, o empréstimo do valor acordado com a Crefisa surge como estratégia emergencial para garantir a continuidade das atividades do clube, evitando que a crise financeira se agrave ainda mais. A previsão inicial é que o Vasco utilize cerca de R$ 70 milhões ainda em outubro, sendo que os valores restantes serão liberados em parcelas até dezembro de 2025[3][7].
A garantia ofertada à Crefisa corresponde a 10 mil ações ordinárias de classe A da Vasco SAF, representando 10% do capital social da empresa, reduzida pela metade em relação à proposta inicial de 20% para que o Ministério Público e o administrador judicial avalizassem o pedido. Essa garantia não implica na perda do controle da SAF pelo Vasco, e as ações só poderão ser transferidas para a Crefisa caso o club não honre o pagamento do empréstimo, o que confere segurança jurídica à operação[2][12].
A decisão judicial também esclarece que o contrato de empréstimo não necessita de aval prévio do Conselho Deliberativo do clube, pois a medida constitui captação de recursos financeiros e não alienação de ativos. O Estatuto do Vasco prevê consulta ao conselho apenas em casos de venda direta de patrimônio, condição que não se aplica a essa operação de crédito garantida por ações fiduciárias[12].
Esta autorização judicial para o empréstimo com a Crefisa foi precedida de intenso debate no âmbito da Recuperação Judicial, com pareceres favoráveis do Ministério Público e da administração judicial, reforçando a confiança na transparência e gestão ética do processo de recuperação pelo Vasco. O clube também terá que prestar contas à Justiça, ao Ministério Público e ao administrador judicial, detalhando como os recursos são aplicados, mantendo o rigor no uso dos valores[6][8].
O empréstimo da Crefisa é resultado de busca ativa da diretoria do Vasco no mercado financeiro, que analisou propostas de mais de 60 instituições antes de optar pela empresa que apresentou as melhores condições para o clube. A negociação foi conduzida diretamente pelo presidente do Vasco, Pedrinho, e José Lamachia, proprietário da Crefisa, cuja presidente é Leila Pereira, também mandatária do Palmeiras[13].
Com esse aporte financeiro emergencial, o Vasco espera estabilizar a estrutura administrativa e o departamento de futebol, minimizando impactos negativos e reforçando a base para recuperação gradual de sua saúde financeira e competitiva. A medida representa um passo crucial para o clube atravessar o delicado momento de reestruturação e seguir honrando compromissos com atletas, funcionários e parceiros.
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