Nesta quinta-feira (9) ocorreu na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, a Assembleia Geral de Credores do Vasco da Gama, momento decisivo para a aprovação do plano de recuperação judicial do clube. Entre os presentes, destacou-se o ex-jogador Valdir Bigode, um dos maiores credores com um débito aproximado de R$ 3,6 milhões a receber, que fez um discurso emocionado e contundente cobrando o pagamento devido e mais respeito às contribuições dos profissionais que fizeram a história do Vasco[1][3][5].
No seu pronunciamento, Valdir enfatizou a longa espera de mais de duas décadas pelo reconhecimento financeiro por seus serviços ao clube, lembrando que trabalhou com sacrifícios, enfrentou dores e passou por cirurgias para defender o Vasco. Ele criticou a condução do processo de recuperação judicial, ressaltando jamais ter sido procurado para negociar os valores e reivindicando um plano mais justo, alinhado ao que já foi visto em outros clubes[1][3]. O ex-atacante ressaltou: ‘Esse dinheiro me pertence, é da minha família’, e afirmou que este era o único momento para fazer sua voz ser ouvida, após mais de 21 anos de silêncio por parte da gestão vascaína. Seu discurso foi interrompido pelo administrador judicial, que pediu para que outros credores pudessem se manifestar, mas Valdir insistiu em concluir, sendo apoiado por aplausos[1][5].
Além de Valdir Bigode, outros ex-jogadores e credores, como Zinho e Jorginho, também participaram da assembleia, que teve momentos de tensão, especialmente após a apresentação de um aditivo inesperado ao plano de reestruturação financeira. O plano, que ainda gera controvérsia, define os critérios de pagamentos das dívidas acumuladas ao longo de décadas, envolvendo ex-atletas, clubes, empresários e fornecedores. Créditos de outros nomes importantes como Werley, Wendel e Escudero também constam na lista da dívida do clube[1][4].
O ex-atacante, que já havia se manifestado publicamente contra a proposta do Vasco e enfrentou processos por denúncias de irregularidades, reforçou em seu depoimento que busca apenas aquilo que é seu por direito e alertou para a necessidade de maior transparência e justiça no processo de recuperação judicial[2][5]. A assembleia foi suspensa por uma hora após seu discurso, indicando o impacto das declarações e o clima tenso na reunião.
Este encontro representa um passo fundamental para o Vasco da Gama na sua tentativa de reorganizar suas finanças e garantir a sustentabilidade do clube e da SAF (Sociedade Anônima do Futebol). A aprovação do plano depende da concordância da maioria dos credores, que seguem avaliando as condições propostas[1][2][3]. Caso não haja quórum, uma nova assembleia está marcada para o dia 20 de outubro de 2025.
As discussões e cobranças, especialmente de figuras emblemáticas como Valdir Bigode, demonstram os desafios enfrentados pelo Vasco para fechar as contas e honrar compromissos históricos, assim como o envolvimento direto de ex-atletas que dedicaram parte significativa de suas carreiras ao clube. A expectativa é alta para que a próxima etapa do processo traga soluções mais efetivas e que o clube consiga superar esse difícil momento financeiro, respeitando seus credores e a sua própria história.
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