Ex-dono da SAF do Vasco, Josh Wander é acusado de fraude

Ex-dono da SAF do Vasco, Josh Wander, é formalmente acusado de fraude e conspiração nos Estados Unidos, em um caso que envolve supostamente meio bilhão de dólares e repercute diretamente no futebol brasileiro[1][2]. Sócio-fundador da 777 Partners, grupo que comandou a SAF do Vasco da Gama, Wander enfrenta uma denúncia do Ministério Público norte-americano por fraudar credores e investidores ao garantir empréstimos com ativos inexistentes ou já comprometidos com outras dívidas[1][2].

Segundo os promotores, Wander prometeu mais de 350 milhões de dólares em ativos como garantia a credores privados, mesmo ciente de que a 777 Partners não possuía esses bens ou já os havia oferecido a outros credores[1][2]. O esquema teria causado prejuízos de cerca de 500 milhões de dólares, o equivalente a quase R$ 2,7 bilhões na cotação atual[1][3]. Não é a primeira vez que o empresário é alvo de acusações: em maio do ano passado, ele já havia sido enquadrado em outro esquema de fraude, intensificando a crise financeira e de credibilidade em torno do grupo[1].

A situação da 777 Partners é ainda mais delicada porque a empresa entrou em processo de falência, e a seguradora A-CAP, uma das maiores credoras, assumiu a gestão dos ativos do grupo[1]. A crise também afeta diretamente o futebol: a 777 Partners é dona de clubes como Genoa (Itália), Standard Liège (Bélgica), Hertha Berlim (Alemanha), Red Star (França) e Melbourne Victory (Austrália), além de ter uma participação no Sevilla (Espanha)[2]. A venda desses clubes é vista como tentativa de recuperar parte dos prejuízos, mas o grupo enfrenta dificuldades para encontrar interessados[2].

No caso do Vasco da Gama, a denúncia contra Josh Wander reacende dúvidas sobre o passado recente do clube sob o comando da SAF, modelo de gestão inspirado no futebol europeu e adotado por vários clubes brasileiros. O Vasco, que ainda busca estabilidade após a saída da 777 Partners, vê a crise do grupo refletir na imagem do clube e na relação com sua torcida.

O caso também expõe desafios na governança do futebol mundial, com grupos de investimento internacionais assumindo o controle de clubes tradicionais e, em alguns casos, sendo envolvidos em escândalos financeiros de grandes proporções. Para o mercado esportivo, fica evidente a necessidade de maior transparência e regulação na atuação desses fundos de investimento, sobretudo em países onde o futebol é parte fundamental da cultura popular e da economia.

No cenário internacional, um fundo de investimento inglês, Leadenhall, já havia entrado com liminar contra a dissipação de ativos da 777 Partners, acusando Wander e seus sócios de fraude e alegando que a empresa estaria sob controle da seguradora A-CAP, a quem deve cerca de R$ 10,1 bilhões[2]. A crise do grupo, portanto, vai além das fronteiras do Brasil e envolve operações em múltiplos países, mostrando desafios globais na gestão do esporte nos dias atuais.

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