O Vasco da Gama alcança, neste outubro de 2025, um momento histórico no futebol brasileiro: o plano de recuperação judicial do clube, apresentado pela diretoria da SAF, foi aprovado por 97,7% dos credores presentes em assembleia, após uma negociação que se estendeu por mais de um ano e meio[1][3][5]. A decisão, considerada “um marco fundamental” na trajetória do clube, representa um passo decisivo para a viabilização da reestruturação financeira do Vasco, que acumula dívidas totais na casa dos R$ 1,4 bilhão, incluindo tanto o clube social quanto a sociedade anônima do futebol[1][3][4].
## Negociações, transparência e pioneirismo
O processo teve início formal em outubro de 2024, quando a Justiça do Rio de Janeiro concedeu tutela cautelar antecedente ao Vasco. Desde então, o clube se empenhou em um diálogo transparente com credores, abrindo precedentes ao promover mediação prévia, especialmente com credores trabalhistas, ainda antes da recuperação judicial propriamente dita. “Criamos precedentes, inclusive relacionados à mediação antecedente e à jurisdição desportiva nacional e internacional”, afirmou Bianca Reis, diretora jurídica da SAF[1].
A aprovação quase unânime do plano, já homologada pela 4ª Vara Empresarial do TJ-RJ, coloca o Vasco como o primeiro clube-SAF do país a trilhar esse caminho, pavimentando possibilidades para outras SAFs que enfrentem desafios semelhantes[1][3]. Carlos Amodeo, CEO da SAF, destaca que o apoio maciço dos credores sinaliza confiança na gestão e reconhece o esforço de apresentar um plano sólido, capaz de equilibrar as necessidades do clube com os compromissos assumidos[1][3].
## O que muda para o Vasco
Com a recuperação judicial, o Vasco ganha prazo para renegociar e parcelar suas dívidas, suspensão temporária de ações judiciais e maior previsibilidade financeira, essencial para atrair novos investidores e retomar a credibilidade no mercado[2][4]. O presidente Pedrinho reforçou que o processo não afeta os investimentos no futebol nem o pagamento de salários, garantindo a continuidade das operações do clube[6].
Agora, o próximo passo é a nomeação de um administrador judicial, que acompanhará o cumprimento do plano aprovado junto aos credores, entre eles ex-jogadores, clubes, empresários e empresas, com destaque para nomes como Werley (R$ 13,4 milhões) e Wendel (R$ 11,4 milhões)[7]. O processo se soma ao Regime Centralizado de Execuções (RCE), já adotado anteriormente pelo Vasco para quitar débitos trabalhistas, mas agora com alcance ainda maior e maior segurança jurídica[6].
## Perspectivas e desafios
A reestruturação financeira do Vasco é considerada um dos pilares para a retomada do protagonismo nacional. Segundo Amodeo, “seguiremos com total responsabilidade e foco na execução das ações planejadas, com o objetivo de restabelecer a credibilidade do Vasco, garantir sua sustentabilidade e recolocá-lo entre os protagonistas do futebol brasileiro”[1]. No entanto, especialistas reforçam que o sucesso do processo depende, além da boa gestão, da cooperação contínua dos credores e da implementação eficiente das medidas propostas[2].
O caso do Vasco pode servir de modelo para outras SAFs brasileiras em crise, mas também acende o debate sobre os limites e desafios da recuperação judicial no futebol profissional, em um momento de transformação estrutural do mercado esportivo nacional.
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