O Vasco da Gama deu um importante passo rumo à reorganização de suas finanças ao formalizar, no dia 19 de setembro de 2025, um pedido à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro para contratar um empréstimo de até R$ 80 milhões na modalidade DIP (Debtor in Possession). Este financiamento tem por objetivo suprir despesas operacionais durante o processo de recuperação judicial iniciado pelo clube em fevereiro deste ano, especialmente para cobrir salários de atletas, fornecedores estratégicos e compromissos fiscais e trabalhistas.
Felipe Carregal, vice-presidente jurídico do Vasco, esclareceu que o pedido do empréstimo já estava previsto no plano de recuperação judicial apresentado à Justiça e que se tornou necessário devido ao comprometimento do fluxo de caixa da SAF causado por dívidas assumidas de forma irresponsável pela ex-parceira 777 Partners, muitas com vencimento imediato. Segundo Carregal, a operação busca equilibrar as contas do clube sem a necessidade de negociar ativos importantes, como o atacante Rayan, um dos principais destaques da equipe na temporada. Ele ressaltou que a venda de jovens talentos para pagamento de dívidas foi uma prática comum no passado, mas que a atual gestão tem se esforçado para manter jogadores chave como ativos estratégicos de longo prazo.
O empréstimo será garantido por até 20% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube e terá prazo de carência de 12 meses, com pagamento previsto em até três anos. As taxas envolvem juros fixos de 7% ao ano, acrescidos da correção pelo CDI. Os recursos serão destinados prioritariamente à folha salarial, que ultrapassa R$ 10 milhões mensais, à quitação de débitos essenciais relacionados a fornecedores e ao ajuste de obrigações fiscais atrasadas.
Apesar do reconhecimento da importância da medida por autoridades judiciais, a aprovação do pedido está condicionada ao desfecho de recursos envolvendo disputas com a 777 Partners. Esta parceira chegou a assumir cláusulas que poderiam transferir 90% das ações da SAF aos investidores americanos em caso de inadimplência, situação contestada pelo Vasco que busca a anulação dessas cláusulas.
Paralelamente, o clube conseguiu reverter um embargo da FIFA que o impedia de registrar novos jogadores, devido a uma dívida com o Newell’s Old Boys (Argentina). Essa reversão foi possível porque o Vasco está em recuperação judicial, o que suspende algumas penalidades e permite a continuidade da renovação do elenco.
O pedido de empréstimo do Vasco representa uma tentativa de manter a estabilidade financeira no meio do processo complexo e conturbado de recuperação judicial, buscando assegurar a continuidade esportiva e administrativa do clube sem abrir mão de seu patrimônio mais valioso: seus atletas.
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