**Bap classifica como ‘imoral’ empréstimo Crefisa-Vasco e presidente do Flamengo é alvo de nota oficial do Cruzmaltino**
O futebol brasileiro protagonizou mais uma polêmica envolvendo diretoria, patrocínio e rivalidades nesta quarta-feira, 15 de outubro de 2025. Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap e presidente do Flamengo, chamou de ‘imoral’ o empréstimo de R$ 80 milhões feito pela Crefisa ao Vasco da Gama, com parte das ações da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do clube cruzmaltino colocada como garantia[3][5][6].
Em entrevista ao UOL, Bap afirmou que há um ‘claro conflito de interesses’ no negócio, destacando que o empréstimo foi anunciado no mesmo dia em que o Vasco perdeu para o Palmeiras por 3 a 0 em apenas 20 minutos. ‘Isso foi anunciado no dia que o Vasco perde de 3 a 0 para o Palmeiras em 20 minutos. Eu acho que isso é complexo. Legalmente não tem problema, mas eticamente, para mim, é imoral’, disse o mandatário rubro-negro, fazendo referência ao fato de a Crefisa ser presidida por Leila Pereira, também presidente do Palmeiras[1][6][7]. Ele ainda comparou a situação à máxima do ‘não basta ser honesto, tem que parecer honesto’, questionando como clubes que se posicionam como exemplos de correção podem manter relações desse tipo[2][5].
O presidente do Flamengo acrescentou que pedir ações de um clube como garantia ‘é coisa de quem quer virar dono’, sugerindo que o movimento pode indicar uma intenção da Crefisa de se aproximar estruturalmente do Vasco no médio prazo[7]. ‘Quem pede ações como garantia está dizendo que quer virar dono. Esse é um movimento muito claro no mundo corporativo’, completou Bap, reforçando que, por enquanto, o controle do clube não está ameaçado, pois o percentual ofertado como garantia não ultrapassa o gatilho de 20% previsto nas regras de governança de SAFs[7].
**Vasco responde com nota de repúdio**
O Vasco da Gama reagiu de forma contundente, emitindo uma nota oficial ainda na quarta-feira, 15 de outubro, em que repudiava ‘frontalmente a postura do presidente do Flamengo, por fazer insinuações e ilações irresponsáveis e completamente desconexas da realidade’[3][5][6]. O clube afirmou que as declarações de Bap são ‘completamente desconexas da realidade e não dizem respeito à instituição da qual ele é mandatário’, e que o objetivo do Flamengo é ‘desviar a atenção da opinião pública’ de polêmicas envolvendo seu próprio clube, como o bloqueio de repasses de verbas da Libra aos demais clubes do bloco[3][5][6].
‘O Vasco da Gama repudia frontalmente a postura do presidente do Clube de Regatas do Flamengo, por fazer insinuações e ilações irresponsáveis e completamente desconexas da realidade em relação a temas que nada dizem respeito à instituição da qual é mandatário. Tal fato, além de não surpreender, certamente tem o intuito de desviar a atenção da opinião pública de assuntos ligados à conduta do seu próprio clube no mercado. Dito isso, o Vasco reafirma publicamente que conduz todas as suas decisões com total transparência, lisura e seriedade, valores que se manterão irretocáveis, mesmo diante de atitudes lamentáveis como esta’, dizia a nota oficial do Cruzmaltino[5][6][8].
**Contexto da polêmica**
A Crefisa, presidida por Leila Pereira (também mandatária do Palmeiras), foi principal patrocinadora do time paulista até o início de 2025, quando a Sportingbet assumiu o posto. O empréstimo ao Vasco chamou atenção por envolver um clube historicamente rival do Palmeiras e por colocar em xeque questões de governança e fair play no futebol brasileiro[7]. O Flamengo, que já vem em bate-boca com a Libra, organização responsável pela comercialização dos direitos de TV no país, acentuou o tom das acusações, alimentando um clima de turbulência nos bastidores do futebol nacional[1].
**Repercussão e possíveis desdobramentos**
A polêmica entre Flamengo e Vasco pode abrir precedentes para novos debates sobre conflitos de interesse entre patrocinadores, dirigentes e clubes, especialmente após a institucionalização do modelo de SAF, que trouxe o futebol cada vez mais próximo das práticas do mercado financeiro e das empresas familiares[7]. A reação do Vasco, por sua vez, revela o desconforto dos clubes diante de insinuações públicas de dirigentes concorrentes, o que tem sido comum em épocas de disputa por recursos e destaque na mídia.
Enquanto o Flamengo exige mais transparência e correção das relações entre patrocinadores e times, o Vasco se defende, reforçando seu compromisso com a lisura administrativa e a independência na condução dos negócios. O episódio mostra que, mesmo após a profissionalização do futebol, as rivalidades históricas e os interesses corporativos continuam pautando o noticiário esportivo e influenciando a opinião pública.
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