A Administração Judicial conjunta responsável pelo processo de recuperação judicial do Vasco se manifestou recentemente acerca do pedido do clube para contratar um empréstimo de até R$ 80 milhões. Embora o parecer reconheça a urgência e a necessidade do financiamento para garantir a continuidade das operações do clube, especialmente para cobrir despesas correntes como salários, pagamentos a fornecedores estratégicos e obrigações trabalhistas e fiscais, a Administração Judicial apontou uma série de lacunas que precisam ser corrigidas antes que a Justiça libere a autorização definitiva[4][5].
O empréstimo, solicitado na modalidade DIP (Debtor in Possession), foi negociado pelo Vasco com um plano detalhado de uso dos recursos para reforçar o caixa da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e evitar a venda de ativos estratégicos, como o atacante Rayan, um dos principais talentos da equipe na atual temporada. Para garantia do financiamento, o clube ofereceu à Justiça 20 mil ações ordinárias de classe A, que correspondem a 20% do capital social da SAF, as quais são atualmente mantidas pelo clube associativo e não podem ser movimentadas sem autorização judicial[1][3].
O plano financeiro prevê carência de 12 meses, com possibilidade de quitação em até 36 meses, e juros fixos de 7% ao ano, acrescidos de correção pelo CDI. O Vasco enfatiza que essa operação foi estruturada com consultoria especializada e que não compromete as principais fontes de receita do clube, como direitos de transmissão e contratos de patrocínio[1][4].
Entretanto, a Administração Judicial destacou que a operação da SAF apresenta um déficit estrutural, ressaltando que, entre março e agosto de 2025, o saldo de caixa da SAF caiu de aproximadamente R$ 59 milhões para R$ 17 milhões, evidenciando uma erosão acelerada das reservas financeiras e a urgência da adoção de medidas para recompor o equilíbrio econômico-financeiro do clube[4][5].
O Ministério Público opinou pela rejeição da autorização para a contratação do empréstimo, fundamentando-se no fato de que os termos do contrato ainda não foram celebrados oficialmente, o que gera incerteza quanto às condições definitivas do financiamento. No momento, a decisão sobre o pedido está nas mãos da Justiça na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro[4].
A Diretoria do Vasco, por meio do seu vice-presidente jurídico, Felipe Carregal, afirmou que o pedido de empréstimo já havia sido previsto no plano de recuperação judicial apresentado anteriormente e que é essencial para equilibrar as finanças sem sacrificar atletas promissores, além de esclarecer que as dificuldades financeiras decorreram de dívidas herdadas da gestão anterior da 777 Partners, parceira acionária da SAF[3].
Essa movimentação financeira é um capítulo importante na atual tentativa do Vasco de superar seus desafios econômicos e manter sua estabilidade esportiva e administrativa durante um delicado processo de reestruturação judicial.
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