Um novo capítulo de tensão política marca os bastidores do Vasco da Gama com a oposição do clube acusando a atual gestão de violar o estatuto social ao solicitar um empréstimo de R$ 80 milhões. O pedido foi protocolado na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e aguarda autorização judicial dentro do processo de recuperação judicial em que o clube se encontra. O objetivo declarado da captação é garantir recursos para despesas operacionais essenciais, incluindo o pagamento de salários, fornecedores estratégicos e obrigações trabalhistas e fiscais, com o intuito de manter a estabilidade financeira do clube durante este período difícil.
A reação da oposição não tardou: um coletivo de sócios formalizou um ofício de oito páginas direcionado ao presidente Pedrinho, ao Conselho Deliberativo, à Assembleia Geral e demais órgãos da diretoria, solicitando explicações detalhadas sobre o empréstimo. Eles pedem a disponibilização completa dos termos contratuais com o agente financiador, justificando que não deve haver cláusulas confidenciais que impeçam o escrutínio público. Além disso, requerem a apresentação de pelo menos outras duas propostas para comparar condições, bem como pareceres prévios dos Conselhos Fiscal e de Beneméritos para avaliar a legalidade e a viabilidade da operação. Como medida de transparência, sugerem ainda a formação de uma comissão paritária dentro do Conselho Deliberativo para analisar e deliberar sobre o tema em assembleia geral, pedindo votação com quórum qualificado para legitimar a decisão.
Do lado da gestão, o vice-presidente jurídico do Vasco, Felipe Carregal, rebate duramente as acusações, qualificando a mobilização dos opositores como um ‘movimento político’ que procura tumultuar os esforços para sanar as finanças do clube. Carregal justificou que a necessidade do empréstimo já estava prevista no plano de recuperação judicial desde o início do ano, e que o contrato foi elaborado de forma transparente, inclusive sendo apresentado anteriormente aos conselheiros. Ele explicou que o empréstimo é imprescindível porque o fluxo de caixa foi comprometido por dívidas irresponsavelmente contraídas pela antiga gestão da 777 Partners, hoje ex-sócia majoritária da Vasco SAF. A operação financeira tem garantia de 20 mil ações ordinárias de classe A, equivalentes a 20% do capital social da SAF, sem comprometer as futuras receitas do clube, como cotas de televisão, patrocínios ou vendas de atletas.
A taxa de juros contratada é fixa em 7% ao ano mais correção pelo CDI, com um período de carência de 12 meses e prazo de quitação em até 36 meses. O clube ainda contou com consultores especializados para montar a operação, buscando preservar as fontes principais de receita. A expectativa da diretoria é que esse financiamento proporcione o fôlego financeiro necessário para atravessar o atual momento delicado, enquanto as negociações com credores e o processo arbitral contra a 777 Partners continuam.
Esta controvérsia destaca a complexidade da situação financeira do Vasco em 2025, que tenta evitar a venda de seus principais ativos, como o jovem atacante Rayan, que se tornou uma das maiores promessas da equipe. A estratégia da diretoria é preservar o jogador, que estava previsto para ser vendido como parte do plano de recuperação, mas que foi mantido após seu desempenho positivo na temporada sob comando de Fernando Diniz. A oposição, por sua vez, segue firme na cobrança por transparência e atuação conforme o estatuto, em meio ao cenário turbulento que envolve o futuro do clube.
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